quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Aniversários...

Há quem comemore, há quem torce para que demore a chegar, como se fosse só um pretexto para ficar mais velho e isso nem sempre é bom, ou bom demais.
Quando criança, esperamos ansiosamente pela data tão querida o ano todo, para comemorar com amiguinhos e aquele monte de refrigerante, doces e presentes ( ah, esses sim, os mais desejados) mas o tempo vai passando e chega o momento em que do fundo do coração só queremos que as pessoas lembrem, que te desejem aquelas coisas clichês e estejam contigo.

Passei alguns aniversários. bons, ruins, com refrigerante e doces, felizes e tristes.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Conversa de Rodoviária.

-Eaí? Tudo bem?

-Oi, tudo bem e contigo?

-To bem. Ta morando na vila ainda?

- Sim, não saio de lá tão cedo.
E como vai teu pai? Vi ele esses dias, parece outra pessoa

- Pois é, ele ta ótimo agora, uma preocupação a menos para a gente

- E teu irmão?

- Tá em Três Coroas, ta internado lá faz quase um ano.

- Para se recuperar tem que querer

- É, precisa partir da pessoa, se ela não quer não adianta.

- Mas tu lembra da Lia?

- Não

- Filha da Rita...

- Tá, sei sim.

- Pois é, morreu.

- Morreu? Como?

- Bala, polícia fez uma ronda e entraram em conflito com o grupo do Eduardo.

- Não brica.

- É, um rapaz de ouro, levou tiro também, mas já ta melhor.

- E a Lia morreu?

- É, pobre da Rita, perdeu a filha mais nova e agora a Lia

- A mais nova morreu também?

- Sim, leucemia. Há uns dois anos.

- Leucemia é boca braba.

- Nem fala, criei aquela menina praticamente.

- Que tristeza

- Um pecado.

- E o teu ônibus?

- Vai atrasar meia hora

- Hum. Vou indo então, bom viagem para a senhora.

- Obrigada.

domingo, 23 de outubro de 2011

A grade.


Sempre esteve lá, escura e sozinha. Nunca dei atenção a ela, mas sempre soube que existia.. uma vez foi o único obstáculo que separava nós dois (como estávamos próximos) que durante alguns minutos ficamos entre ela, a gente conversava e ficava em silêncio, eu chegva mais perto para que as pessoas pudessem passar e me aproximava ainda mais de ti, tu nem mesmo se movia, dali eu não queria sair, tua atenção era toda minha. bebemos, porém  fomos impedidos de conversar muitas vezes porque haviam outras ali, parecia que te disputavam. A grade continuava ali...

 - Outra vez testemunhou o abraço que te dei de feliz aniversário, o abraço me agradecendo por estar ali e daquele infindável, meu preferido.
Numa outra ocasião a grade nada testemunhou, ficamos o tempo todo do outro lado bebendo cerveja, conversando sobre aquele livro e sobre a fossa em que estavas. 

 - Fiz companhia para ela da última vez,  tu não estavas lá.. 
.   

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Que desculpa você dá?

E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!
(Florbela Espanca)